terça-feira, 9 de novembro de 2010

Memórias e Olhares sobre o 5º Seminário Latino Americano - parte 1 - CMEI Almir Oliveira - Salvador - Bahia

O olhar do CMEI Almir Oliveira sobre o Seminário Latino Americano da Redsolare Brasil - O olhar da criança sobre a cidade: Um diálogo com as práticas educativas da América Latina inspiradas em Reggio Emília.

* Equipe de Educadores do CMEI Almir Oliveira


O seminário teve a ilustre abertura pela orquestra “Estrelas de Amaralina”, da instituição ibarra, composta por crianças e adolescentes em situações de risco. Uma atitude simples que transformou a vida dessas crianças.

Esse mimo foi a chama inicial da nossa inspiração. Uma atitude de crença, convicção e persistência.
Crianças são capazes! Muito além da nossa imaginação.

Em seguida pudemos refletir acerca dos acontecimentos desses dois dias de Seminário através da fala de Juan Carlos Melo – atelierista de Bogotá, Colômbia – que defende a atitude de um diálogo sério, transcedente e necessário em defesa da cultura latente nas crianças.

Sausan Burshan – Representante da Redsolare México – lembra-nos que falamos línguas diferentes, mas podemos nos entender com o coração porque defendemos a infância e falamos de crianças com potenciais.

Contamos também com a presença de Dr.ª Márcia Guedes – representante do Ministério Público da Bahia – que nos diz que basta apenas um ato de vontade para a educação acontecer, precisamos apenas fazer uma revolução/ redefinição de ética e valores.

Marília Dourado – Representante Nacional da Redsolare Brasil – nos fortalece na militância da causa da educação infantil. É no convívio com as diferenças que seremos capazes de oportunizar ricas situações para as nossas crianças. Expõe que a Redsolare Brasil defende a cultura da infância no sentido de valorizar o enorme potencial das crianças, o dever dos educadores em revelar as crianças em todas as suas linguagens e defende e divulga a prática educativa em Reggio Emília, na itália, onde podemos encontrar caminhos possíveis para a infância ser valorizada. Exprime que a intenção desse seminário gira em torno de mobilizações de pesquisas feitas em diversos locais através da reflexão de como está sendo construída hoje nas crianças a idéia e o sentimento de cidadania, o que significa para as crianças e para cada um de nós ser cidadão e como a criança concebe a cidade em que reside.

Elaine Pires – Representante do Pólo Redsolare Brasil - São Paulo – exprime que assim como as crianças merecemos tempo, não importa a velocidade e sim a direção. E quando chegarmos lá sentiremos vontade de ir sempre mais. Isso faz parte da busca pela excelência.

Na palestra de Juan Carlos melo sobre os processos da documentação pedagógica, tivemos um breve conhecimento sobre a cidade para que clareasse a demonstração do trabalho desenvolvido com as crianças, crianças que sentem e se comunicam com o mundo e consigo mesmas. Nos encanta ao dizer que a documentação pedagógica permanece viva pelo desejo e curiosidade do olhar da criança ao se apropriarem de ferramentas e elementos a seu próprio modo. Segundo Juan, a documentação é uma relação curiosa para entender como a infância traça sua história. Quando documentamos usamos linguagem, imagens pertencentes aos desafios naturais que as crianças participam em seus processos de conhecimento, nas emoções, nas interações, nas ações, na sensibilidade. São como recursos para reelaborar como as crianças aprendem, para entendermos a profunda relação com a linguagem plástica e narrativa das crianças. O processo de memória é importante pela constatação das investigações das crianças e ao mesmo tempo é o trampolim para continuarmos.

Na palestra de Sausan Burshan sobre o olhar das crianças sobre a cidade e o universo cultural, pudemos constatar como é a apreciação das crianças através de exploração da linguagem fotográfica, onde as crianças retrataram significados de mundo a partir de seus pontos de vista, olhar o potencial da criança e a procura do meio para que proporcionasse seu desenvolvimento. A documentação começa com o interessa de um grupo novo e o questionamento é que direciona o projeto. A concentração, o dialogo com o lugar, as diferentes formas de pesquisas que as crianças usam, a participação da família e planejamento diretivo dão vida ao projeto e revelam como as crianças constroem seus conhecimento. O educador deve provocar todo interesse delas para que o conhecimento seja construído de forma agradável e provocadora. O professor tem que conhecer muito sobre o construcionismo social, conhecer a proposta, além de auto-analisar constante e rever as ações que são propostas. Permitindo errar é a melhor forma de aprender.

No relato de experiência do México, Sausan conta-nos sobre um projeto que valorizou a cultura dos maias, onde foi trabalhado a língua, hábitos, história e costumes. Começou através de questionamentos de crianças que não se viam enquanto maias e assim partiu a importância de trabalhar isso, unido crianças num intercambio cultural abrangendo também outros aspectos como vestimentas, danças, religiosidade. O projeto fortaleceu a identidade das crianças, elevou a autoestima delas: as crianças entenderam a civilização, se viram e se reconheceram como maias. Um futuro construído com passado, uma feliz geração com memória

Na palestra de Juan sobre o jogo e o pensamento plástico da criança, ele informa que a documentação é uma responsabilidade para verificar o desenvolvimento emocional e cognitivo e que deve ser feito com muita leveza. A prática deve ser reflexiva. O atelier deve ser feito com produtos reaproveitáveis e arrumados pela própria criança. Para fazer escola diferente devemos fazer transformação no pensamento, que geralmente é linear. Pensar em desequilíbrio é pensar em construir soluções. A escola sistêmica é uma escola de escuta. O erro é visto como várias possibilidades de construção e o professor deve promover ambiente favorável para isso, o erro é uma variável e que a criança usa para criar estratégias e alcançar objetivos. O interessante é a essência.